Compre em Camaquã[?]

 Há alguns meses, naquela fase "fecha e não fecha" da pandemia, precisei ir numa dessas conhecidas lojas de materiais de construção da cidade. Era uma e meia da tarde, empresa recém aberta e eu era o único cliente por lá. Entrei e esperei ser atendido por alguém. O sujeito que julguei ser um estoquista não me atendeu porque estava ocupado conversando e retirando produtos de uma caixa de papelão. O cara do balcão de entregas não me atendeu porque ele não era vendedor. O pessoal do caixa não falou comigo porque, afinal, não tinha chegado lá ainda.  Aí fiquei eu lá de braços cruzados esperando um dos  outros sujeitos uniformizados ter a presteza de me perguntar qual daquelas latas de tinta da prateleira atrás deles eu precisava para, em seguida, fazer o esforço de esticar o braço, pegá-la, colocar sobre o balcão e lançar no sistema  a minha compra para eu, finalmente, ir ao caixa pagar e carimbar a nota na expedição. Até que um conhecido vendo minha espera me cumprimentou e pediu para um dos vendedores me atender.

Sei que talvez para uma empresa com a maioria masculina  não seja tão interessante um cliente barbudo e careca como eu, mas fiquei me perguntando se esses funcionários/ empresa foram dessas que brigaram tanto para trabalhar durante a pandemia e se também  são adeptos daquela campanha "Compre em Camaquã". 

Se não fosse algo que eu precisasse para aquela mesma tarde, teria comprado pela internet mesmo. Os e-mails enviados pelas lojas virtuais são melhores do que muita gente.

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